João Alfredo
Raphael
Alunos do 8B
Bem-vindos ao Blog da Língua Portuguesa, escrito pelos alunos do 8o ano do Ensino Fundamental e do 1o ano do Ensino Médio do C.A João XXII. Aqui você encontrará dicas e curiosidades sobre a nossa Língua e Literatura. Fique a vontade para ler, enviar dicas e sugestões através dos comentários.
1-Às vezes falamos com imprecisões de sentido, e valeria à pena caprichar. Por exemplo: febre alta. Na verdade, toda febre é temperatura alta. Febre baixa, pelo menos na medicina gramatical, também não existe. Outro exemplo: tirar a pressão. Se uma enfermeira tirar a minha pressão sangüínea eu morro na hora. É bem melhor pedir-lhe para medir a pressão.
O MENTIROSO
Eu tenho um amigo que é tão mentiroso, mas tão mentiroso, que ninguém mais acredita no que ele fala. A situação é até constrangedora, tanto para nós, os seus amigos, como para ele, porque nós somos obrigados a ouvir as estórias mirabolantes que ele inventa, mas ele também já sabe perfeitamente que todos preferem duvidar e não se deixam mais enganar assim tão facilmente.
Mas infelizmente a situação mudou, porque agora eu é que estou sendo considerado o maior mentiroso da turma, e tudo porque fui cair na besteira de contar que o Legislativo Mirim havia aprovado uma lei autorizando a venda de sanduíches nos transportes coletivos.
Logo que eu disse aos meus amigos que essa lei havia sido aprovada pela Câmara, permitindo a venda de cachorro-quente, hot-dog e outros produtos, por vendedores autônomos, em veículos motorizados, alguns deles ainda levaram tudo na brincadeira, e quiseram saber qual é a diferença entre cachorro-quente e hot-dog. Houve até quem garantisse que no hot-dog as salsichas são importadas.
Mas depois que eu continuei insistindo, e dizendo que agora nós não vamos mais precisar tomar café em casa, às pressas, porque os ônibus e os lotações vão dispor de todos os comes e bebes necessários para o nosso maior conforto, todos começaram a me chamar de mentiroso.
Não sei por que tanto preconceito, em relação aos nossos transportes coletivos. Afinal, se nos aviões os passageiros podem tomar seu uisquinho e comer seus canapés, por que será que ninguém acredita que vão vender hot-dog nos ônibus? Acho até que, por uma questão de
igualdade de direitos, os ônibus deveriam ter comissários e aeromoças.
Mas o pior mesmo, foi quando eu contei que a lei estabelece que os vendedores de sanduíches deverão obedecer às condições mínimas de higiene, estabelecidas pela Secretaria Municipal de Saúde, e que deverão possuir até mesmo lixeiras, para evitar que os restos dos
sanduíches sejam jogados no chão ou nos bancos dos coletivos, que poderiam ficar melecados, com quetichupe, mostarda e maionese. Ninguém acreditou
Ainda tentei explicar aos meus amigos os motivos dessa lei. Afinal de contas, o problema é o desemprego, e uma lei desse tipo oferece a muitos uma opção de trabalho honesto. Até mesmo de forma indireta, muitos serão beneficiados, porque todos os fornecedores aumentarão suas vendas, como por exemplo os panificadores, os verdureiros, e os que trabalham com sacos plásticos e com lenços de papel. Também as lavadeiras autônomas deverão ganhar mais dinheiro, porque os descuidos ou as freadas mais violentas podem acontecer, e muitos passageiros sofrerão as conseqüências.
Também perguntei aos meus amigos se eles acreditaram, por acaso, que o Congresso Nacional aprovou, na semana passada, aquela lei anistiando todas as multas dos próprios deputados e senadores, o que certamente é muito mais absurdo do que vender hot-dog em ônibus.Infelizmente, mesmo com todas essas explicações, ninguém acreditou em
mim, e notei mesmo que os meus amigos começaram a se afastar, como se
eu estivesse com catapora.
Mas a gota d'água, mesmo, foi quando eu caí na besteira de contar que a lei aprovada pela Câmara Municipal estabelece que os vendedores de sanduíches, que comercializarem o produto dentro dos coletivos, terão que usar jalecos e luvas descartáveis. Ninguém acreditou, e quiseram até bater
ficou aborrecido comigo, por pura inveja, porque com certeza ele achou que eu era um mentiroso muito melhor do que ele.
Para encurtar a estória, acho que o meu problema, mesmo, é falar demais, porque eu não deveria nunca ter contado aos meus amigos a respeito dessa lei. Agora, estou fazendo meu "cooper" sozinho, de madrugada, porque ninguém quer mais a minha companhia. A não ser os
meus cachorros, que continuam fiéis.
(autora: Fernando Machado da Silva Lima, advogado em Belém. Publicadoem O Liberal, 28.08.2000)
Igor Machado
João Victor
Sérgio
Ramom
Alunos do 8ºano C
“C’est la Guerre!”
Carlos Heitor Cony
Minhas relações com as Matemáticas nunca foram boas – e exagero ao falar em Matemáticas, no plural e na maiúscula. Nem mesmo a elementar aritmética privou de muita intimidade com meu impenetrável cérebro. Por todos os chamados bancos escolares que lustrei em minhas andanças, sempre deixei a merecida fama de refratário aos números, às operações, às frações e às regras de três. Não cito os logaritmos porque seria um escárnio de minha. Parte mencionar tais entidades. Não morri de fome pelas sarjetas – como certo professor um dia profetizou, mas tenho passado vexames abomináveis e tido irrelevantes prejuízos nos trocos. Nada mais do que isso.
Paralela ao meu desamor pelas matemáticas, ou fruto dele, surgiu uma babosa admiração pelas máquinas capazes de fazer aquilo que não sei nem posso fazer. Não admiro um guindaste, nem um trator-sei que são máquinas movidas por cavalos-vapor, e sei o que seja um cavalo e imagino o que seja um cavalo em forma de vapor de energia. Mas diante de uma simples máquina de somar, tremo os joelhos de emoção e respeito. Já não falo dos cérebros eletrônicos, esses monstros capazes de calcular eclipses, marés, trajetórias planetárias e de jogar xadrez.
Não jogo xadrez e pouco ligam para as trajetórias planetárias e para os eclipses. Sei que os cérebros eletrônicos são capazes até de fazer poemas, o que não conta no saco de seus infindáveis méritos: muito cara-de-pau por aí, muito cérebro ruim também é capaz de fazer poemas, e os poemas terminam em antologias e o cérebro na Academia.
Mas voltemos às matemáticas. No outro dia tive babosa admiração não pela máquina de somar, mas por mim mesmo. Deu-se que fui pagar umas contas, dessas contas pequeninas e complicadas que não desprezam os desprezíveis centavos cujo epitáfio o bardo Drummond magistralmente cantou há dias. A fila do guichê era enorme e para ganhar tempo arrisquei fazer a soma dos meus incontáveis débitos. Chegaria ao guichê com o cheque já preenchido e evitaria a justa animosidade dos que esperavam a vez.
Apanhei um papel qualquer, escrevi as parcelas com o máximo escrúpulo, tomei coragem e iniciei a soma. Obtive um resultado e ia apelar para uma rígida revisão das contas quando a fila andou e eu tive de andar. Preenchi o cheque e de repente fiquei alarmado: e se a conta estivesse errada? O caixa faria péssimo juízo do meu caráter e os companheiros da fila teriam redobrada razão para me mandarem ao diabo no recôndito de seus ódios e pressas.
Eis que o homem do guichê apanhou meus papéis, foi registrando números naquela máquina insignificante, bateu numa tecla achatada e vermelha, puxou uma manivela, a máquina fez um rangido, os mecanismos atritaram lá dentro, e surgiu no mostrador um número que, por espantosa coincidência, era o mesmo que eu havia obtido sem teclas, sem manivelas e sem mecanismos outros que não os do meu parco saber.
Sim, minhas pernas tremeram de emoção. Olhei a máquina do homem como um aliado, “aí está uma coisa que reconhece o que valho”, e saí para a rua, leve, a alma em festa. Einstein, ao ver confirmado pelo eclipse de1927 a sua teoria restrita da relatividade, deve ter sentido o que senti naquele momento.
Euclides, Newton, Descartes – cheguei! Custei mas cheguei. Daqui em diante, surgiu um concorrente sério.Tremei em vossas covas que lá vou eu. Por ora, vou exercitar-me honestamente nas contas de subtração. Depois – é a guerra.
Selecionado por:
Amanda
Ana Clara
Gabriel Purgatto
Lídia Thiago
Alunos do 1º ano A do Ensino Médio
Leiam!
Esmeralda, porque não dancei!
- Esmeralda do Carmo Ortiz
Coordenação do projeto: Gilberto Dimenstein
Quis ler esse livro porque ele sempre me chamou atenção, ali mesmo da estante do quarto do meu irmão. Ele principalmente me chamava atenção porque ele era de cor/capa/título muito diferentes dos livros que o Lucas está acostumado a ler, na verdade, ele leu para fazer a prova de seleção do CTU.
O livro tem uma leitura difícil, pesada e longa mais é uma boa leitura, tá... Eu demorei muito para ler tudo, não foi possível ler e anotar no caderno de leituras, pois li grande parte viajando, no carro, na casa da minha avó, na piscina, na minha tia etc.
Mas mesmo assim, me lembro de várias impressões que tive, o livro nos faz pensar desde o início, nos dá lições para a vida toda e pode até parecer meio exagerado mais eu evolui muito só de ler esse livro , ele conta a história de Esmeralda, é mais um depoimento da autora já que é uma história real contada pela própria personagem.
Esmeralda começou a morar na rua com 8 anos, isso aconteceu porque esmeralda resolveu sair de casa porque não agüentava mais a violência da mãe.
Ela conviveu e se envolveu em drogas, brigou , roubou pelo vício e sentiu na pele, coitada... A indiferença dessa sociedade sem escrúpulos e extremamente fria e materialista.
Esmeralda participou de gangues, se misturou com policiais e conheceu o doloroso código da FEBEM.
Rapidamente se tornou uma viciada em drogas, se envolvendo com os mais diferentes tipos, andava armada, ficou muito magra e perdeu os cabelos.
Destaco a seguir uma das partes que mais me emocionou, o momento em que ela desejou a morte de tanto sofrer, e sofreu por estar viva.
Me senti melhor quando notei que havia um pontinho de esperança no coração de Esmeralda. Isso fez com que Esmeralda se aproximasse, lentamente, de educadores de projetos em São Paulo. Ela freqüentou até sessões de terapia e internou-se para a desintoxicação, voltou para a escola e arrumou uma casa realizando assim seu sonho.
E foi assim que esmeralda venceu na vida! Sabe... O que eu achei mais bonito foi no finalzinho com o título: NÃO SINTAM PENA DE MIM, e a última frase: “Eu sou feliz por estar vendo que estou crescendo”
Este livro é perfeito e eu aprendi muito! Passei até a dar mais valor as pequenas coisas. Eu amei este livro e dedico a todos, todos, todos mesmo!
Diário de Leitura: Carolina Margato Ladeira 8º A